Usuários de drogas seguem nas ruas do Campo Belo

Um ano e meio após da ação para dispersar dependentes químicos da região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, usuários de drogas continuam pelas ruas da capital paulista.

O cenário na região da Rua Helvétia e das alamedas Dino Bueno e Cleveland não mudou muito e os pontos de consumo de crack se espalharam por outras regiões da cidade. A equipe de reportagem encontrou usuários na região Estação da Luz, na Pinacoteca, na Sala São Paulo e na Estação Júlio Prestes.

Na Zona Oeste, é possível encontrar barracas de plástico, lona, papelão e madeira que servem de abrigos improvisados para dependentes químicos na Vila Leopoldina. A equipe flagrou dependentes usando drogas na Avenida José Cesar de Oliveira, perto do Parque Villa-Lobos. Quando anoitece, dezenas de pessoas se juntam na calçada e fumam crack ao mesmo tempo.

A droga mudou os costumes no bairro residencial. “Quando eu era mais jovem, ficava na rua, brincando com os amigos, conversando com os vizinhos. Hoje em dia a gente nem pode ficar na rua conversando”, afirmou uma moradora da Vila Leopoldina.

Na Zona Sul, a cena se repete. Sentado sobre uma sacola, protegido por um guarda chuva, um homem usa crack na calçada da Avenida Jornalista Roberto Marinho, no Campo Belo. Embaixo do Viaduto Jabaquara, dezenas de pessoas se reúnem às margens da Avenida dos Bandeirantes. Mesmo no escuro, é possível ver o fogo nos cachimbos.

Na Zona Leste, perto do Viaduto Bresser, a equipe flagrou o consumo de cocaína. Três jovens usavam a droga no meio da Rua Pires do Rio.





Na Zona Norte, os moradores do bairro Peri Alto reclamam que muitos dependentes químicos se juntam no meio do lixo do córrego Araú. “É triste, chovendo, frio e todo mundo ali, com plástico na cabeça. Eu acho que isso não é vida não”, afirmou.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública diz que as Polícias Civil e Militar estão atuando no combate ao tráfico de drogas. Nos cinco primeiros meses deste ano, foram realizadas quase 3,6 mil prisões por tráfico de drogas na capital. O número é 8% maior na comparação com o mesmo período do ano passado.

Ação no Centro
Durante a operação do governo do estado e da Prefeitura da capital, iniciada em 3 de janeiro de 2012, foram feitas milhares abordagens de usuários e moradores de rua no intuito de coibir o tráfico, além de furtos e roubos na região da Cracolândia. A ação da Polícia Militar na dispersão dos usuários e a pouca oferta de vagas para tratamento dos dependentes químicos foram alvo de críticas.

Mais de um ano após o início da operação na Cracolândia, em março de 2013, o governo estadual assinou um termo de cooperação técnica com o Tribunal de Justiça de São Paulo, Ministério Público e Ordem dos Advogados de Brasil (OAB) para apressar a internação de dependentes de crack. Pelo acordo, passaram a ser previstas a internação compulsória e involuntária. O atendimento é feito no Centro de Referência em Álcool, Tabaco e outras Drogas (Cratod). A unidade responsável pelo atendimento de viciados, próxima da Cracolândia, passou a funcionar 24 horas por dia.

Fonte: G1





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