‘Ônibus parecia um trem-bala’, diz testemunha de acidente no Campo Belo

O proprietário de um estacionamento localizado na Rua Demóstenes, no quarteirão entre a Avenida Vereador José Diniz e a Rua Barão do Triunfo, no Campo Belo, na Zona Sul de São Paulo, afirmou ao G1 que viu o momento da colisão de um ônibus articulado com um veículo, no início da tarde desta terça-feira (28).

O casal que estava em um carro da montadora Mitsubshi, modelo ASX, morreu no acidente. A colisão aconteceu pouco antes das 14h, na Avenida Vereador José Diniz, próximo da Rua Demóstenes, no Campo Belo. Os dois sentidos da via, bloqueados para a retirada dos veículos, foram liberados no fim da tarde.

Outras duas pessoas ficaram feridas, segundo o Corpo de Bombeiros. Sete equipes foram enviadas ao local, na altura do número 3.700, para prestar socorro às vítimas.

Segundo o dono do estacionamento, o coletivo estava acima da velocidade permitida para a via, que é de 60 km/h – no corredor de ônibus, o limite é ainda menor: 50 km/h. “Vi o momento do acidente. O ônibus parecia um trem-bala. Devia estar no mínimo a uns 80 km/h”, declarou Leonardo Gragnano, de 38 anos, que há pouco mais de dois anos é proprietário do estacionamento.

Ele disse que ficou prestando atenção no ASX assim que passou em frente ao seu estabelecimento. “O carro passou todo limpinho, novinho, e fiquei babando. Por isso, fiquei acompanhando. Um segundo carro estava na direita (na Demóstenes) e estava mais cauteloso para cruzar a avenida. O motorista do ASX foi entrando com cautela, mas nem tanto. Vi o ônibus surgindo e o choque. O barulho que fez parecia um acidente em uma estação de trem”, contou.





Segundo ele, o semáforo estava quebrado no momento do acidente. “Tem de deixar isso muito claro: a toda hora esse semáforo apresenta um problema ou está quebrado”, disse. Outras testemunhas relataram que o farol estava no amarelo piscante.

A doméstica Carmosa Oliveira da Silva, de 61 anos, disse que estava na cadeira da frente do ônibus quando ocorreu o acidente. Ela reclamava de dores no braço e no ombro, enquanto aguardava em um carro da polícia para ser levada a um hospital da região. “As dores devem ser da força que fiz para segurar no ferro e não passar direto pelo vidro da frente”, disse.

Segundo ela, o ônibus seguia na avenida em uma velocidade considerada por ela como “normal”. “Foi tudo muito rápido. Só vi o veículo entrar na frente dele”, declarou. A doméstica não soube dizer se o semáforo estava desligado no momento da colisão. “Não prestei atenção.”

O enfermeiro Jeremias de Lima contou que estava trabalhando em um home care próximo quando foi informado do acidente. Em seguida, ele dirigiu-se até o local para ajudar a prestar os primeiros socorros às vítimas. “Quando eu cheguei no carro, o senhor ainda estava tentando falar, mas não conseguia. Ele tinha sinal de pulso (pulsação sanguínea). A mulher que também estava dentro já não tinha mais pulso. Depois de uns cinco minutos, ele também ficou sem pulso. Nessas horas, não há o que se fazer. É uma impotência muito grande”, lamentou.

O enfermeiro relatou que ajudou a fazer curativo em uma idosa que se feriu no joelho, mas sem gravidade. Segundo ele, a vítima foi levada em seguida para um hospital de Santo Amaro, também na Zona Sul da capital. “Não houve tantas vítimas dentro do ônibus, aparentemente”, disse Lima.

Fonte: G1





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